A DESCOBERTA SURPREENDENTE DO
TELÉGRAFO ÓPTICO EM SÃO PAULO
Todo mundo já ouviu falar do telégrafo elétrico. No entanto, antes dele, existiu o telégrafo mecânico, também chamado telégrafo óptico, utilizado em vários países da Europa. O mais famoso deles foi o de Claude Chappe, desenvolvido na França a partir do 1790.
O telégrafo de Chappe funcionava com postes em cujo alto podia balançar um travessão que tinha aletas móveis em suas duas extremidades. Ao pé de cada poste, um operador, puxando cordões, podia manobrar essas três peças móveis, fazendo-as assumir diferentes posições. Dentre as posições possíveis, Chappe reuniu 97 delas em um código, por ele criado, para que representassem os números e as letras além dos comandos necessários para a operação do sistema.
Tais postes formavam uma linha, em sucessão, seguindo o rumo de uma cidade à outra, sempre fincados no alto de morros e a uma distância que permitia de um poste avistar-se o outro, com auxílio de uma luneta, se necessário. Assim, os sinais montados por um operador podiam ser "lidos " e reproduzidos pelo operador do poste seguinte.
Dessa forma, um sinal introduzido no primeiro poste ia sendo copiado, de poste em poste, até chegar ao destino final da linha.
Por exemplo. A linha Chappe tinha 49 postes para vencer a distância de 420 quilômetros desde Paris a Estrasburgo. Em cada poste, o operador gastava 20 segundos para ler e reproduzir um sinal. Multiplicando-se 20 segundos por 48 postes (no último poste não era preciso reproduzir o sinal, bastava lê-lo) obtém-se 960 segundos. Isso significa que aquela distância era vencida por um sinal em 16 minutos. Assim, uma mensagem de trinta letras (= 30 sinais), sendo transmitida por essa linha gastava 16 minutos para a transmissão da primeira letra, e mais 20 segundos para cada letra seguinte. Daí resulta que a mensagem atingia o destino em 32 minutos, como prova a seguinte operação aritmética: 960 segundos + (48 X 20 segundos) = 960 + 960 = 1920 segundos, que divididos por 60 (número de segundos de um minuto) nos dão o resultado de 32 minutos Fantástico! Em cerca de meia hora venciam-se 420 km, que um cavalo correndo - essa era a velocidade máxima na época – gastaria muitos dias para percorrer.
Os livros sobre a História das Comunicações não informam ter existido uma linha telegráfica, desse tipo, no Estado de São Paulo. Pois bem, Jorge Pimentel Cintra, professor de engenharia da Universidade de São Paulo, hoje pesquisador no Museu Paulista, também da USP, demonstrou a existência de telégrafo óptico entre a Capital e Santos. Analisando mapas de várias instituições (Museu Paulista, Museu Histórico Nacional, Arquivo do Estado de São Paulo, Instituto Moreira Sales, Coleção Brasiliana Itaú, Museu Naval Russo, Museu Africano da África do Sul) e fazendo pesquisas de campo, inclusive na Mata Atlântica, comprovou a existência dessa linha que funcionou de 1822 a 1828.
É, com grande satisfação que a Casa da Xilogravura apresenta esta mostra, que visa dar a merecida divulgação ao importante trabalho de pesquisa desenvolvido por Jorge Pimentel Cintra.
SERVIÇO: A Casa da Xilogravura está aberta ao público das 9 às 12 e das 14 às 17 horas diariamente, de 5ª. a 2ª. feiras. (Fecha terças e quartas-feiras)
Entrada: R$ 40,00
Meia entrada: R$20,00 (Idosos, professores e estudantes com carteirinha pagam meia entrada)
Grátis para menores de 12 anos e grupos previamente agendados de escolas gratuitas.
Endereço: Av. Eduardo Moreira da Cruz, nº 295 – Vila Jaguaribe
Campos do Jordão – SP
Contato: (12) 3662 1832
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